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sábado, 21 de agosto de 2010

O que é a tão falada cólica?

Cerca de 20 por cento dos bebês têm cólica. A verdadeira "cólica" não é uma dorzinha de barriga eventual, que todas as crianças podem ter. Um bebê é considerado com cólica quando chora ou reclama por mais de três horas por dia, e quando isso acontece mais de três vezes por semana.

A cólica atinge tanto prematuros quanto bebês nascidos a termo, e igualmente meninos e meninas.
Esse tipo de cólica costuma ser passageiro, melhorando após os 3 meses, mas, embora seja uma fase curta, ela é extremamente difícil, tanto para o bebê quanto para a família, em especial porque todos estão tentando se adaptar à nova vida. Ouvir seu bebê chorar horas e horas a fio pode ser desesperador.



O que meu filho tem é cólica?



Todos os bebês choram, não tem jeito. Em média, um bebê passa mais ou menos duas horas e meia por dia chorando. Mas, além do choro, o bebê com cólica dá sinais evidentes de que está desconfortável.
Ele pode esticar e dobrar as pernas e soltar puns. As crises de cólica costumam acontecer entre as 18h e a meia-noite. Podem aparecer em outros horários, mas normalmente pioram à noite.

Em geral, a cólica aparece quando o bebê tem entre 2 e 4 semanas, e dura cerca de três meses. Há alguns casos, porém, em que pode persistir por mais tempo.


Por que os bebês têm cólica?



Os cientistas tentam responder a essa pergunta há mais de 50 anos. A explicação mais aceita é a imaturidade do sistema digestório do bebê. A palavra cólica tem a mesma raiz grega de cólon, uma parte do intestino.
Uma hipótese é a escassez de enzimas digestivas ou de suco gástrico para digerir o leite. Para outros, o problema está no sistema nervoso imaturo do bebê, que fica tenso e não consegue relaxar.
Há quem defenda que a causa seja o cansaço ou o excesso de estímulo. Bebês expostos à fumaça do cigarro têm mais propensão a ter cólica.

Meu filho está com cólica. O que eu faço?



Infelizmente, não há uma solução imediata e absolutamente eficaz. Você vai ouvir conselhos e palpites de todo lado. Na maioria dos casos, quando os pais já tentaram de tudo, a cólica vai embora naturalmente, lá pelos 3 meses do bebê.
Você pode tentar várias estratégias, desde a mais instintiva, como embalar e ninar o bebê, segurando-o com a barriga para baixo no colo, até as mais desesperadas, como colocá-lo sair de carro para ele parar de chorar.
Consulte o pediatra antes de usar truques como a funchicória, um pó feito a partir do funcho ou erva-doce, que muitos pais colocam na chupeta para acalmar a criança. O médico também pode orientá-la a dar um remédio contra os gases à base de dimeticona.
Entre outras coisas que você pode tentar são uma bolsa de água quente na barriga (sempre envolta numa toalha e com muito cuidado para não queimar o bebê, que tem a pele extra-sensível), a chupeta (que às vezes relaxa a criança e interrompe o ciclo do choro) ou enrolá-la num cueiro ou manta.
Procure fazer movimentos de bicicleta com as pernas dele ou massagear a barriga com delicadeza para estimular a evacuação, o que também pode ajudar.


A cólica é perigosa?



Não, apesar de provocar um nível enorme de estresse na família toda. Mas é bom sempre mencioná-la para o pediatra, para que ele descarte outras causas para o choro, como uma hérnia, por exemplo. E procure o médico sempre que o choro vier acompanhado de outros sintomas, como o vômito.

Ouvi dizer que o que a mãe come pode provocar cólica no bebê. É verdade?



Tanto o leite materno quanto o leite de fórmula podem estar ligados à cólica do bebê. Às vezes, quando o filho tem cólica, as mães que amamentam fazem uma experiência e param de tomar leite e derivados, e o problema melhora. Outras vezes, não adianta. Se o bebê parar de ter cólica com essa medida, converse com o pediatra, porque pode ser que seu filho tenha uma alergia.
Há bebês que mamam no peito que parecem ser sensíveis a comidas apimentadas, alimentos à base de trigo e cereais ou verduras que normalmente dão gases em adultos.

Para ver se é esse o problema, passe alguns dias sem comer repolho, brócolis, couve-flor, alho, feijão e cafeína. Se o bebê melhorar, vá reintroduzindo esses alimentos na sua alimentação, um de cada vez, observando como a criança reage.
Espere alguns dias para voltar a comer cada alimento, assim fica mais fácil identificar qual é o que incomoda seu filho. Se ele começar a reclamar de novo, você já vai saber que alimento evitar.
Se seu bebê toma fórmula de leite em pó, converse com o pediatra para trocar de marca ou de tipo. E não se esqueça de colocá-lo para arrotar depois de mamar.



Chorar tanto desse jeito não faz mal?



Não. O máximo que acontece é o bebê engolir ainda mais ar quando chora, ou ficar mais tenso, criando um ciclo vicioso que leva a ainda mais choro. Mas não há nenhuma consequência física negativa do choro -- tirando para os pais, que podem variar entre o desespero e a irritação.
Se você não aguenta mais ver o bebê chorar, peça ajuda a alguém, tome um banho, dê uma saída rápida de casa e areje as idéias. E não se esqueça: a cólica passa.

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