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domingo, 22 de agosto de 2010

Amamentando

Bebê tem que mamar logo que nasce!

A visão do parto que existe na cabeça da grande maioria das mulheres é assim: a gestante sente muitas dores e “expulsa” o bebê de dentro da barriga (seja com o parto cesárea ou normal). Em seguida, o bebê é levado para as avaliações necessárias, toma banho e assim vai para o berçário, reencontrando a mãe depois de um tempão.



A realidade em alguns hospitais ainda é essa, infelizmente. Entretanto, uma boa parte das maternidades realiza um trabalho mais humanizado, isto é, respeitando o momento ímpar entre mamãe e bebê. O aleitamento materno é fundamental nos primeiros minutos de vida do novo serzinho.

Mesmo aquela mamãe que por vezes não pode nem sentar e está cansada do exaustivo trabalho de parto, é preciso sim dar atenção imediata ao filho. Seja forte, mulher!

As vantagens da amamentação imediata são muitas e beneficiam tanto bebê quanto mamãe.

Começando pela produção de hormônios que acontece logo depois do parto numa interação mãe-bebê. O ato de o bebê sugar o leite libera a oxitocina que aumenta as contrações uterinas da mamãe, expulsando com maior facilidade a placenta e já fazendo com que o corpo da mulher volte ao normal.

“Sugando o seio da mãe, o bebê também ajuda na descida do leite materno, já que o ato de sugar joga na corrente sangüínea da mamãe o hormônio prolactina que estimula a produção de leite”, relata a fonoaudióloga Jamile Elias, aprimoranda em Saúde Materna-Infantil pelo Hospital Guilherme Álvaro, em Santos/SP.

A endorfina também é liberada quando o bebê é amamentado logo após o parto, diminuindo as dores da mamãe, que muda o seu foco da dor para o bem-estar do seu filho. E com esse foco desperta o instinto de proteção e cuidado.

O quanto antes no peito - Quanto mais precoce for a primeira mamada, mais vínculo se criará entre mamãe e bebê, prolongando assim o tempo de amamentação.

A fonoaudióloga Jamile Elias diz que a amamentação deve ser exclusiva até os seis meses de vida do bebê, pois mamãe e filho se beneficiem ao máximo das vantagens da amamentação exclusiva, como menor risco de doenças e alergias.

Outra vantagem: o contato pele a pele nos primeiros minutos de vida contaminará o bebê de germes e bactérias da própria mãe que são menos agressivos, criando imunidade, principalmente com o colostro (leite das primeiras mamadas), prevenindo assim de alguma infecção posterior.

Quer mais? O bebê ainda não regula normalmente sua temperatura. A relação precoce da mãe com o bebê que acabara de nascer faz com que a ela regule o corpo do pequeno ao estar em contato pele a pele, evitando assim uma hipotermia (choque entre a temperatura normal de uma pessoa com a do ambiente).

Prêmio a quem incentiva o aleitamento “imediato” - A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) propuseram ações em apoio ao aleitamento materno desde os primeiros minutos de vida do bebê.

Uma dessas ações chama-se “Iniciativa Hospital Amigo da Criança - IHAC”. Para receber esse título, o hospital precisa seguir dez mandamentos que incentivam o aleitamento materno. E o quarto item dessa lista pede:

“Ajudar as mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o parto”

Mesmo os hospitais que não tem esse título podem ajudar as mamães a amamentarem seus bebês nos primeiros minutos de vida.


Vantagens da amamentação


O leite materno contém nutrientes e enzimas perfeitamente balanceadas, com substâncias imunológicas que protegem o bebê e provêm tudo o que a criança necessita no seu comecinho de vida. O ato de amamentar também supre as necessidades emocionais e diminui a ansiedade de ambos, por meio desse primeiro contato pele a pele e olhos nos olhos.

Fora a grande vantagem do vínculo afetivo que o ato cria, esse leite ainda protege a criança contra uma infinidade de problemas. Segundo a Sociedade de Pediatria de São Paulo, a lista é extensa. O leite materno protege contra doenças alérgicas, diversos tipos de câncer, desnutrição, diabetes mellitus, doenças digestivas, doenças crônicas como osteoporose, doença cardiovascular e ateroesclerose, obesidade, meningites, sarampo e outras doenças infecciosas, doenças respiratórias e otites, doenças do trato urinário e cáries. E ainda promove, melhor desenvolvimento neuro-psicomotor infantil e cognitivo, aumenta o QI, promove melhor padrão cardiorrespiratório durante a alimentação, melhor resposta às imunizações e melhor equilíbrio emocional.

Não é só o bebê que sai ganhando, a mãe que amamenta sente-se mais segura e menos ansiosa, tem diminuição mais rápida do volume do útero, corre menor risco de hemorragia no pós-parto, ter anemia, contrair câncer de mama e de ovário, é menos propensa à osteoporose, volta ao peso normal mais rapidamente e está protegida de engravidar.

E ainda tem o fator econômico. O leite que a mãe produz é suficiente para alimentar o filho até os seis meses de idade, sem necessidade de gastos com água, gás, bicos, mamadeiras, sabão, açúcar, embalagens etc. O leite materno é de graça e está pronto para servir a qualquer hora!



COLOSTRO


Nos primeiros dois ou três dias o bebê vai mamar o colostro, até que comece a produção do leite. O colostro começa a ser produzido ainda durante a gestação e muitas mães já percebem a saída de algumas gotas pelos mamilos. O colostro tem um aspecto esbranquiçado e um volume pequeno, mas corresponde a um verdadeiro "leite condensado", um concentrado de substâncias fundamentais para o bebê. Ele é riquíssimo em defesas imunológicas e desenvolve no intestino do bebê bactérias positivas para suas defesas. Podemos dizer que o colostro é a primeira vacina do recém-nascido.

Como seu volume é pequeno, muitas mães se queixam, nesses primeiros dias, de que seu bebê suga bem, mas que nada sai do peito. Isto não é verdade. O bebê está mamando este colostro, e após aproximadamente 72 horas, acontece a descida do leite, através do estímulo dado pela sucção do mamilo.



A POSIÇÃO PARA AMAMENTAR



A mãe deve procurar uma posição cômoda para amamentar. Nas primeiras horas ou dias ela pode amamentar deitada de lado e neste caso deve tomar cuidado com o sono, para não adormecer sobre o bebê.

Mas a posição mais utilizada pelas mães é sentada. Deve-se sempre utilizar uma cadeira confortável, de preferência uma poltrona com apoio para os braços. A mãe deve apoiar bem os braços nos apoios e as costas no encosto da poltrona, se necessário usando um travesseiro. Isto para evitar as dores nas costas que podem surgir após alguns dias, caso a posição seja incorreta.




RACHADUARAS NOS MAMILOS



Um mamilo bem preparado pelos exercícios durante a gestação e com uma boa pega pelo bebê (o máximo de aréola na boca) dificilmente vai apresentar rachaduras. Caso elas ocorram, o melhor tratamento é o banho de sol diário, deixando os seios expostos durante uns 10 minutos, duas vezes por dia. Caso não haja sol, basta fazer um banho de luz, colocando-se uma lâmpada comum (de 40 watts) a uma distância de uns 30 centímetros dos seios e fazendo dois ou três banhos de 20 minutos cada por dia.




USO DE BOMBINHA



Um mamilo bem preparado pelos exercícios durante a gestação e com uma boa pega pelo bebê (o máximo de aréola na boca) dificilmente vai apresentar rachaduras. Caso elas ocorram, o melhor tratamento é o banho de sol diário, deixando os seios expostos durante uns 10 minutos, duas vezes por dia. Caso não haja sol, basta fazer um banho de luz, colocando-se uma lâmpada comum (de 40 watts) a uma distância de uns 30 centímetros dos seios e fazendo dois ou três banhos de 20 minutos cada por dia.



O BEBÊ ESTÁ MAMANDO BEM?



Que fique bem claro: só a sucção direta do mamilo pelo bebê garante o estímulo necessário para que o organismo materno continue produzindo a quantidade necessária de leite. E quanto mais o bebê mama mais leite é produzido.

Muitas mães se preocupam em saber se o seu leite está sendo bom para o bebê. Isto envolve dois aspectos, qualidade e quantidade. Quanto à qualidade, como já dissemos antes, não existe leite fraco e o leite de todas as mães é bom para seus bebês. Em relação à quantidade, o pediatra pode saber se o leite está sendo suficiente de várias formas, sendo que a mais objetiva é através do peso.

Um bebê bem alimentado ao seio engorda cerca de 30 gramas por dia nos primeiros meses. E molha muitas fraldas por dia! Se o pediatra detectar algum problema em relação à quantidade do leite nos primeiros dias, alguns fatores deverão ser revistos. Entre eles a técnica da amamentação, a alimentação da mãe e também fatores de ordem psicológica. Além disso, alguns pediatras optam por tentar estimular a produção do leite através do uso de alguns medicamentos.

Porém na maioria dos casos a produção é suficiente, desde que a mãe tome sempre muito líqüido quando tiver sede e um copo d'água antes de amamentar. E se mantenha bem tranqüila e motivada para amamentar. O uso de receitas tradicionais para aumentar o leite como canjica, cerveja preta, etc., não tem nenhum efeito científico comprovado. Mas usados de forma moderada também não têm nenhuma contra-indicação.



A COMPLEMENTAÇÃO



Em situações muito especiais o pediatra pode prescrever uma complementação com outro leite, temporariamente. Neste caso jamais use mamadeira ou chuca. Administre-o através de uma seringa, colher ou então de um copinho levando o leite diretamente à boca do bebê. Esta complementação deve durar o mínimo possível.

Isto é muito importante pois a forma pela qual o bebê mama o peito é completamente diferente da forma de mamar a mamadeira. Para mamar o peito o bebê tem de fazer um esforço maior, de ordenha, o que traz inúmeras vantagens para seu desenvolvimento futuro. A massagem das gengivas promove a harmonia do crescimento ósseo da face do bebê além de fortalecer toda a musculatura da região. Isto é bom para todos os bebê e fundamental para crianças com problemas especiais nessa musculatura. Já para mamar a mamadeira ele quase não faz esforço algum e a sucção é apenas labial.

É por este motivo que os bebês que mamam mamadeira acabam largando definitivamente o peito. Já ouvi uma vez, de uma mãe lindamente consciente e que estava amamentando seu filho, que ela não admitia em sua casa a existência de mamadeira pois sentia muito ciúmes dela!

Não é preciso dar nenhum outro alimento para o bebê além do leite materno até 6 meses de idade. Isto evita o desmame precoce, muito prejudicial à saúde do bebê!



Técnicas para a amamentar



O momento da mamada é único e merece uma preparação toda especial. Existem algumas técnicas que ajudam a mamãe a achar a posição correta para acomodar o bebê e facilitar a pega.

Existem três posições mais comuns, mas nada impede mãe e bebê de acharem uma forma mais agradável de se acomodar na hora da mamada. “A posição ideal é aquela onde ambos ficam confortáveis, com o bebê alinhado ao corpo da mãe”, diz a Dra. Maria José Mattar.
A posição tradicional é a sentada, onde o bebê fica de frente pra mãe, barriga com barriga, e quanto mais colados estiverem, mais fácil é a amamentação. Na posição sentada inversa, a mãe deve segurar o bebê como se fosse uma bola de futebol americano, colocando o corpinho debaixo de sua axila, com a barriga apoiada nas suas costelas. A mãe apoia o corpo do bebê com o braço e a cabeça com a mão. Essa posição facilita o bebê a pegar uma boa parte da auréola.

Algumas mães, especialmente as que se submetem à cesariana, optam por amamentar os filhos deitadas, onde o bebê fica de frente para a mãe, barriga com barriga.

Dizem que não se deve amamentar o bebê deitado, pois causa infecção nos ouvidos e a Dra. Maria José Mattar explica esse mito. “A boca, o nariz e o ouvido do bebê ainda são retificados e se ele é alimentado com leite artificial, que contém bactérias, a infecção acontece mais facilmente. O leite materno, ao contrário, dá mais proteção a essa mucosa”.

Depois de achar a melhor posição, o primeiro passo é colocar o seio na boca do bebê. Ao tocar o mamilo no lábio inferior do bebê ele abrirá a boca. Nessa hora a mãe deve enfiar o máximo da auréola na sua boquinha, puxando firmemente sua cabeça para a mama.

Independentemente da posição que a mãe escolher para amamentar o bebê, é importante que ela esteja relaxada, confortável e bem apoiada, sem se curvar para frente ou para trás. O bebê, da mesma forma, tem que estar posicionado corretamente, com o corpo junto ao da mãe, na altura da mama, os quadris seguros e o pescoço levemente esticado.

A Dra. Maria José Mattar orienta as mães a esvaziar um pouco a mama antes de dar de mamar quando o seio estiver endurecido. “Se o peito estiver muito cheio a boca do bebê escorrega e ele não consegue segurar o bico”.

Para ter uma boa pega, a boca do bebê deve ser levada em direção ao mamilo, e não o contrário. A mãe deve posicionar o polegar acima da auréola e o indicador abaixo, formando um ‘C’. Ao mamar, a boca do bebê deve estar bem aberta, com os lábios para fora, abocanhando quase toda a auréola e não somente o bico do peito, e as mamadas serão grandes e espaçadas.

Quando for tirar a criança do peito, é bom usar a técnica conhecida popularmente como "técnica do dedo mínimo", onde a mãe coloca o dedo mínimo na boca da criança para enganá-la. Ela aceita trocar o bico do peito pelo dedinho e, assim, não puxa o mamilo da mãe com força. Quando o bebê largar a mama, os mamilos devem estar levemente alongados e redondos.

Amamentação com posicionamento e pega corretos não dói, e é um momento bastante agradável para a mãe e para o bebê.



Meu bebê não engorda. Será que meu leite é “fraco”?

O peso do bebê é uma preocupação constante no dia a dia da mamãe. “Será que ele comeu bem?”, “Esse meu bebê parece muito fraquinho”, “Mamou tão pouquinho.” São questionamentos que as mamães fazem regularmente. Algumas dicas simples sobre a alimentação dos bebês podem responder as diversas interrogações na mente dos pais.

Saiba uma verdade que se não bem informada deixa as mamães de cabelo em pé: o bebê pode perder até 10% do peso de nascimento na primeira semana de vida.

Isso porque o bebê dentro da barriga não fazia esforço nenhum e assim que nasce precisa sugar, chorar, regular a temperatura do corpo e tudo mais que o bebê faz, aliada à descida do leite da mamãe, que pode demorar alguns dias para descer ou mesmo regular a quantidade de leite que o bebê precisa.

Um mito que é muito conhecido é que o bebê não engorda porque o leite da mãe é fraco. NÃO existe leite materno fraco. Cada mãe produz o leite que seu bebê precisa e na quantidade certa. O organismo da mulher só precisa regular a quantidade de leite nos primeiros dias depois do parto.

O mito do leite fraco provavelmente apareceu quando algumas mães não posicionavam a pega do bebê ao bico adequadamente ou simplesmente ofereciam somente o primeiro leite que é mais aguado. Explicaremos melhor isso.

Para ficar bem claro o que é a “pega do bebê”. Se o bebê abocanha somente o bico da mamãe não conseguirá retirar muito leite do seio materno, pois essa não é a forma adequada. Além disso, provavelmente o bebê causará ferimentos no bico e perda de peso. As bolsinhas que guardam o leite ficam posicionadas por baixo de toda a aréola do seio e, portanto, o bebê deve abocanhar toda a aréola da mamãe para que o leite saia de maneira adequada e sustente o bebê.

Segunda explicação: primeiro leite é mais aguado. A fonoaudióloga Jamile Elias explica que logo que o bebê começa a sugar é retirado o leite materno que é mais rico em água. Por isso se diz que o bebê nos seis primeiros meses de vida não precisa nem de água. Só de leite materno.

Depois de um tempinho, o leite que é retirado (tão logo saiu o leite mais aguado) é um leite mais rico em gordura, que sustentará e dará peso ao bebê.

Neste caso, o ideal é que o bebê esvazie um peito, pois assim ele terá o leite aguado (normal ao sair logo de começo), além do mais rico um gordura, que vem depois. Se ele beber um pouquinho de um peito e um pouquinho de outro, a probabilidade é que ele beba basicamente o leite “aguado”.

O certo é colocar o bebê em um peito e deixá-lo esvaziar e só depois oferecer o outro. Desse jeito a mamãe garante que o bebê retire do peito o leite anterior, rico em água, e o posterior, rico em gordura.

Fome – Um caso típico. O bebê é colocado no berço e não demora muito para começar a chorar de fome. A mamãe pensa que o leite é fraco. Erro dela. Pois ela pode ter oferecido apenas o leite rico em água, sustentando bem pouco o bebê que chora logo de fome e pode perder peso.

O bebê pode mamar quanto quiser, mas um bebê que fica quase uma hora no peito pode perder mais peso que um bebê que fica apenas dez minutos. Por que isso acontece? O bebê que perde peso mesmo ficando muito tempo pode estar abocanhado de maneira incorreta ou fazendo o peito de chupeta. Isso gera um grande esforço e perda de calorias. Consequentemente ele perde peso.

Já o bebê que mama apenas dez minutos e ganha peso deve fazer a pega corretamente, mamar todo o leite anterior e posterior e ficar satisfeito, não fazendo mais esforço do que precisa.

Fique atenta, mamãe, a todas as informações, mas não acredite em tudo que te falam. Pergunte sempre ao especialista o que é correto e siga as orientações sem “encucar” com os mitos.



Dicas



Verifique a quantidade de xixi que seu bebê faz. Se fizer sempre e em boa quantidade quer dizer que o pequeno está mamando bem. Preocupe-se se faz pouco ou não faz xixi.

O bebê deve ganhar em média 30 gramas por dia por isso a ida ao pediatra periodicamente é importante.

Tente não escutar as opiniões de como o bebê ganhar peso de mãe, sogra, vizinha ou qualquer pessoa que te deixam confusas. Tire suas dúvidas com quem entende como o pediatra.



Receitas de uma boa amamentação


Amamentar não é um dom materno, que nasce com a mulher. Nem toda mamãe consegue amamentar seu filho sem alguma ajuda. E muitas, sem ajuda, desistem no meio do caminho. E como a amamentação hoje em dia é muito incentivada, mas não bem orientada, as mamães ficam com uma culpa enorme por não conseguir.

A mamãe sabe da importância do amamentar seu filho e o bebê sabe sugar. O problema está em juntar esses dois atos, principalmente quando o pequeno chora de fome. Quanto mais o bebê chora, mais a mamãe fica nervosa e mais difícil é amamentar.

Amamentação é um ato que deve ser aprendido, explica a fonoaudióloga Jamile Elias. A profissional dá dicas importantes para facilitar a amamentação e evitar problemas comuns nesta fase de vida.

A primeira delas é procurar um lugar tranqüilo para amamentar, onde mamãe e bebê possam se curtir ao máximo. A posição ideal para uma melhor amamentação é aquela em que o bebê abocanhe toda aréola do seio da mamãe. A posição normalmente mais fácil de fazer isso é aquela em que o bebê fica barriga com barriga com a mamãe, em que a cabecinha fica acomodada na volta de dentro do cotovelo da mamãe, facilitando também o contato olho a olho de mãe e bebê.
Se seu bebê já acorda berrando de fome, tente acordá-lo um pouco antes para que não chore de fome, dificultando a pega. O bebê estará mais calmo, abocanhará a aréola e nem mamãe e nem bebê ficarão estressados na hora da amamentação.

Segredinhos - Caso o bebê tenha o hábito de acordar com fome logo depois de ter mamado, como se não tivesse "comido", as mamães podem fazer o seguinte. Antes de dar o peito, esvazie-o um pouco para retirar o leite anterior que é constituído basicamente por água.

“É esse leite que mata a sede do bebê, por isso que um bebê amamentado somente no peito não precisa nem de água. Depois de esvaziado, o leite que ficará no peito será o posterior que contém mais gordura, matando mais a fome do bebê e o saciando melhor, oferecendo a ele um maior tempo de sono”, conta Jamile Elias.

Outro erro comum que não sacia a fome do bebê é mudar de peito sem esvaziar o primeiro completamente. Fazendo isso, o bebê toma todo o leite anterior de um peito e do outro peito. Quem não fica de barriga cheia depois de beber um monte de água? Mas a fome aparece rapidinho e é por isso que o bebê que acabou de mamar os dois peitos acorda logo chorando de fome. Deixe o bebê esvaziar todo um peito para depois oferecer o outro, assim terá certeza que o bebê mamou o leite anterior e o posterior.

Mesmo que o bebê não chore de fome, é bom esvaziar o peito um pouco antes de amamentar, principalmente se as mamas estiverem muito cheias, para o bebê abocanhar melhor toda a aréola. Quem consegue beliscar uma bexiga quando está completamente cheia? Se esvaziarmos fica mais fácil. É o que acontece com o bebê, abocanhar um peito muito cheio é mais difícil, assim o bebê abocanha somente o bico, machucando, e às vezes muito, a mamãe. Mamas pouco mais vazias são fáceis de abocanhar e toda a aréola ser pega, sem risco de machucar o bico.

Ainda há muitas outras dicas, mas já é um começo. Nunca dispense a orientação de seu médico ou de um especialista em amamentação, como um fonoaudiólogo. Esclareça sempre suas dúvidas.



Dicas



Nunca se culpe por não conseguir. Procure ajuda e verá que a amamentação ficará mais fácil.Se as mamas estiverem muito cheias, evite banhos quentes. Prefira banhos mornos a frios.

Lembre-se sempre que o melhor alimento para o seu bebê até os seis meses é o leite materno.


Meu bebê deve ou não arrotar?


O assunto arroto sempre permeia as rodas de conversas das mamães que normalmente têm muitas dúvidas em relação ao tema. Será que realmente o bebê deve arrotar? E se não arrotar, tem algum problema? Até quando eu tenho que colocar meu bebê para arrotar?

Realmente essa questão gera alguns pontos de interrogação, já que as mamães não conhecem o motivo que faz do arroto um cuidado importante no dia-a-dia de um bebê. Aproveitando, mamãe: você sabe como surge o arroto? É válido o bebê arrotar? Bem, vamos lá...

Quando o bebê está mamando, seja no peito ou na mamadeira, geralmente há uma ingestão de ar, isto é, o bebê engole ar.

Isso ocorre principalmente em bebês que mamam em mamadeira, pois a anatomia entre o peito da mãe e a boca do bebê é perfeita, se encaixando de uma forma que dificulta a entrada de ar se mamãe e bebê estiverem em posição correta.
Já o encaixe do bico da mamadeira e a boca do bebê não é tão perfeita assim, facilitando a entrada de ar.
O ar entra até o estômago do bebê que é mais leve que o leite e por isso tende a voltar. Quando o ar volta é o que conhecemos por arroto, que pode vir acompanhado de uma pequena quantidade de leite, a regurgitação.

Por normalmente o arroto vir acompanhado de uma regurgitação, o bebê que estiver deitado de costas  de bruços no berço pode aspirar o leite que voltou e se asfixiar.

Portanto, a questão se deve arrotar ou não é relativa. Caso o bebê mame sem problema (sem entrada de ar), não existe a necessidade de esperar um arroto.

Arroto contra cólicas - Outra conseqüência do bebê que engole ar e não arrota são as cólicas. Com o estômago cheio de ar e o sistema digestivo ainda imaturo, aparecem as terríveis cólicas. Os bebês choram muito e nada os consolam.

O arroto é uma forma de tentar evitar que as cólicas apareçam. Fazer massagens na barriga e exercícios tipo bicicleta no bebê de barriga vazia são maneiras de fazer com que o bebê elimine os gases e também evitar as cólicas.

Depois da mamada, a mamãe deve colocar seu bebê na posição vertical com a cabeça no seu ombro e a barriga encostada no peito. O arroto aparece até os dez primeiros minutos, às vezes, pode demorar um pouco mais.

Posições ideais para o bebê - A mamãe não deve se preocupar caso seu bebê não arrote. Provavelmente a mamãe não ouviu o arroto, que nem sempre vem com barulho, ou o bebê não engoliu ar durante a mamada e, portanto, não tem ar para sair, não havendo o arroto.

Se a mamãe estiver com muita pressa ou tem um compromisso que a impeça de colocar seu bebê para arrotar, é melhor que coloque o bebê deitado de barriga para cima. (A posição em que o bebê deve ficar deitado foi, é e continuará sendo alvo de vários estudos. Atualmente a posição "de barriga para cima" é aconselhada como a mais segura. Clique aqui e leia mais sobre esse assunto.)

Uma das melhores posições para que o bebê não engula ar durante a amamentação é aquela em que o bebê fica com a cabecinha apoiada na volta de dentro do cotovelo da mamãe, barriga encostada com a barriga da mamãe e de boca bem aberta abocanhado a maior parte da aréola do seio da mamãe.

Colocar o bebê para o arrotar deve ser um cuidado por pelo menos até o sexto mês de vida do bebê onde o sistema digestivo do bebê já está bem mais maduro.



Dicas



Coloque o bebê na posição vertical com a cabecinha no seu ombro e se precisar dê uns tapinhas bem levinhos nas costas para estimular o arroto.

Ao colocar o bebê no berço sempre coloque-o de barriga para cima mesmo que ele tenha acabado de mamar e não tenha arrotado.

O arroto não está associado à saciedade do bebê. Se o bebê mamar corretamente, sem engolir ar, não tem motivo para forçar um arroto



Até quando amamentar?



A amamentação prolongada é uma forma de relação e um vínculo muito bom para mãe e filho se isso for gostoso para ambos. Aconchego e colo todo mundo precisa, não é mesmo?

Depois dos seis meses, o bebê já tem todo o seu sistema digestivo amadurecido para receber outro alimento que não somente o leite materno e também já necessita de nutrientes que não são encontrados no leite produzido pela mamãe. O desmame começa aqui, com a introdução de novos alimentos, mas não o desmame total. Mãe e bebê são os protagonistas e são vocês quem decidirão quando parar de vez.

O que não pode acontecer é a mamãe achar que por estar amamentando seu filho será seu bebê para sempre, não incentivando a sua independência. Há o medo por parte da mãe de que se ele parar de sugar o seu peito, o vínculo entre os dois seja quebrado.

Essa idéia é errada e pode ser muito ruim no desenvolvimento da criança, já que essa postura pode dificultar o processo de "independência" da criança. Não confundir carinho com proteção em excesso. Pode acontecer de a criança demorar mais para falar ou falar como uma criancinha pequena ou até mesmo de não querer sair das fraldas.

Como e quando parar de dar o leite? Se parar de oferecer o peito, há outras maneiras de se criar o vínculo com a criança. O cuidar, a atenção, o amor, o brincar e o conversar são formas fantásticas de vínculos que todas as crianças precisam e só a mamãe com seu jeitinho pode criar.

O desmame não deve ser feito por pressão, isto é, porque a amiga, a avó ou os vizinhos estão dizendo que seu filho está muito grande para ainda estar no peito. O desmame deve acontecer naturalmente e quando mãe e criança estiverem seguros disso.

O desmame natural, sem pressa e sem pressão faz com que o corpo da mamãe e o bebê se preparem para isso. Se a mamãe achar estar pronta antes da criança, a ajuda de um profissional poderá se fazer necessária.

Se a mamãe estiver decidida a parar de amamentar, há algumas atitudes da criança que demonstram estar pronta para o desmame total. Confira:

Um menor interesse nas mamadas, distração fácil quando você oferece um brinquedo ou um outro alimento em vez do peito, aceite não ser amamentada em certos horários ou locais, aceita outro tipo de consolo, é segura na relação com a mãe e não fica ansiosa com o encorajamento de não mamar são alguns dos sinais.

O desmame demanda energia, paciência e flexibilidade. Retirar uma das mamadas por semana, não tentar o desmame com outra mudança ocorrendo, como o controle do xixi, a mamãe não se ausentar nesse período e dar outros tipos de atenção ao pequeno são algumas dicas para um desmame natural e gradual.

As mamães devem saber que o desmame pode desencadear mudanças físicas e emocionais, entre as quais mudança de tamanho das mamas, mudança de peso e sentimentos diversos, entre eles alívio, paz, tristeza, depressão, culpa e arrependimento.

Se a amamentação for feita com carinho, cuidado, incentivando e deixando o crescimento e desenvolvimento da criança acontecer, não há idade para o desmame total ocorrer.



Dicas



Evite sentar na poltrona ou lugar que você normalmente amamenta, assim evitará o desejo da criança de querer mamar.

Não oferecer o peito e nem recusar quando a criança pedir é uma tática para a criança ir se desinteressando do peito.

Peça a ajuda do pai. Nos horários em que a criança costuma mamar, peça ao pai para que distraia a criança com algum brinquedo ou passeio.


Preparando os seios

Cuidados com a mama



A preparação das mamas deve acontecer ainda durante a gestação. É nessa fase que as mamães de primeira viagem devem começar a aprender tudo o que envolve o aleitamento. “A mãe pode, inclusive, procurar um pediatra durante a gestação para se interar sobre a importância da amamentação, a alimentação do bebê e os cuidados que deve tomar”, orienta a Dra. Maria José Mattar.

Existem algumas técnicas que podem ser usadas para fortalecer o bico do peito e estimular as glândulas mamárias. Tudo para evitar probleminhas na hora da amamentação.

A regra número um é lavar o bico do peito apenas com água. Não utilize sabonete. Eles já têm uma hidratação natural ideal que deve ser preservada.
O banho de sol é um dos melhores procedimentos para preparar os seios. Tome de 10 a 15 minutos de sol no seio todos os dias, antes das 10 da manhã ou depois das 3 da tarde. Dependendo do seu tipo de pele e da intensidade do sol, você pode aumentar ou diminuir um pouco esse tempo. Se não tiver como tomar sol, você poderá utilizar uma lâmpada comum com a mesma finalidade. O calor do sol e da lâmpada deixa a pele mais resistente.



As massagens também são simples de serem feitas e bastante indicadas pelos médicos. Segure o seio com as duas mãos, uma de cada lado, e faça uma pressão da base até o bico, como se fosse uma ordenha. Repita o movimento cinco vezes com delicadeza, mas com energia. Depois, faça o mesmo com uma mão em cima e uma embaixo do seio. Esse procedimento ajuda na “descida” do leite e pode ser repetido uma ou duas vezes por dia.

As mulheres com o bico do seio invertido devem fazer uma massagem específica para estimular a saída do bico para fora. Muitas vezes, durante a gestação ele sai naturalmente, caso isso não ocorra, a gestante deve fazer a seguinte massagem: segure a extremidade do bico com o polegar e o indicador e rode os dedos, como se estivesse aumentando o volume do rádio.

A importância da amamentação e os benefícios que traz à mamãe e ao bebê são indiscutíveis. Mas quando o assunto é até quando se deve oferecer o peito à criança ainda é fator de dúvida para muitas mamães.

O desmame se inicia quando outro alimento é introduzido além do leite materno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, desde que o crescimento e desenvolvimento do bebê estejam adequados.

Depois dos seis meses, o bebê já tem todo o seu sistema digestivo amadurecido para receber outro alimento que não o leite materno e também já necessita de nutrientes que não são encontrados no leite produzido pela mamãe.

A partir de então, o bebê começa a diminuir as mamadas no peito e adquirir o hábito de mastigar, começando pelos sucos, papinhas doces e salgadas até comer a mesma comida da família. A amamentação passa a ser um complemento da alimentação.

Segundo a OMS, o aleitamento materno deve acontecer pelo menos até os dois anos ou até ser prazeroso para mamãe e criança. O que a mamãe deve ficar atenta é se a amamentação não está interferindo na alimentação da criança e prejudicando a nutrição adequada do pequeno. Como já dissemos, a amamentação deve ser somente um complemento da alimentação após os primeiros meses de vida.

Tá na hora de mamar! - Outra questão importante da amamentação prolongada são os horários das mamadas e a higiene bucal. Desde pequenino a mãe deve realizar a limpeza dos dentinhos e região da boca do seu filho mesmo que sua alimentação seja exclusivamente o leite de peito.

Normalmente o horário da mamada da criança maior é a noite para dormir gostoso no colo da mamãe. É realmente uma delícia, mas as mamães ficam com dó de acordar os filhotes para escovar os dentinhos depois da mamada achando que o leite de peito não oferece o risco de cáries. Engano! Os dentes das crianças precisam ser escovados depois da amamentação, pois o leite materno provoca cárie, sim.

Dúvida - E para desmamar precisa usar a mamadeira? Não. Criança que mama no peito não precisa de mamadeira. Aos seis meses de idade a criança já está apta para sugar um copo aberto, com cuidado, ou um copo com bico. Se a criança for maiorzinha pode-se usar o canudo.

É sempre bom lembrar que a mamadeira e a chupeta são prejudiciais para o desenvolvimento da arcada dentária e musculatura facial, principalmente da região da boca, prejudicando também o desenvolvimento da fala.



Dicas



Não use truques como colocar pimenta ou sal no bico do peito para a criança não sugar mais. O melhor é conversar sobre o desmame com o seu filho.

Converse com uma nutricionista para verificar se as mamadas não estão interferindo na absorção de nutrientes que a criança precisa.

Amamentar é tudo de bom. Amamente exclusivamente até os seis meses e previna sua criança de muitas doenças.

OS INIMIGOS DO ALEITAMENTO



Se o leite materno é assim tão bom, então por que muitas mães não amamentam?

Por vários motivos. Principalmente por desconhecerem as vantagens e por não se prepararem adequadamente para as dificuldades que podem surgir.

Há várias décadas a amamentação deixou de ser um ato natural, passado de mãe para filha. Ao contrário, na TV e no cinema, dar leite de vaca através da mamadeira passou a ser mais valorizado do que dar o peito.

Por razões culturais, muitas mães passaram a ter vergonha de amamentar. Por (falsas) razões estéticas muitas mães, com medo de queda dos seios, deixaram de amamentar. Mas o peito que tiver que cair, cairá independentemente da amamentação, já que isto é definido por fatores genéticos.
Muitas mães também têm medo de não ter leite, e de não conseguir amamentar. Perdeu-se a noção da importância da amamentação. E perdeu-se o jeito de amamentar! Uma boa parte da atual geração de avós não amamentou seus filhos. E agora não sabe ensinar suas filhas a fazê-lo. Essas avós precisam fazer por seus netos, o que não puderam fazer por seus filhos. Ajudar a mãe a dar o peito, a dar a seus netos uma saúde de ferro.

O aleitamento tem muitos inimigos. A mamadeira é o maior deles. E também as avós e comadres desinformadas que ao primeiro choro declaram que o leite materno está fraco e insistem para que a mãe dê mamadeira ao bebê. Também são inimigas as mães desmotivadas que desistem na primeira dificuldade. E também os profissionais despreparados que não sabem dar à mãe a orientação e o apoio de que ela necessita.

Não existe leite fraco! Toda mãe pode e deve amamentar, e o preparo para a amamentação deve começar ainda durante o pré-natal. Conversar com o pediatra e com o obstetra, fazer exercícios para preparar o seio, ler sobre o assunto, fazer um curso de preparação de pais, são iniciativas fundamentais. Também é importante conversar com outra mãe que já tenha amamentado com sucesso. Todo tempo investido no preparo para a amamentação, será plenamente recompensado pela facilidade para amamentar e ter uma criança muito sadia.

As vezes na prática diária nos deparamos com mães que não se prepararam adequadamente para a amamentação. Apesar de se esforçarem após o nascimento do bebê, não conseguem amamentar. Isto nos deixa tristes, porém pelo menos sabemos que houve um esforço nesta tentativa. O que entristece profundamente um pediatra é ver uma mãe desistir sem nenhum empenho, na primeira dificuldade que surge. Isto porque as dificuldades iniciais que eventualmente aparecem podem ser superadas com um pouco de dedicação, força de vontade e persistência. A recompensa vem logo e vale a pena!
Amamentar é alimentar e amar, é o melhor presente que uma mãe pode dar a seu filho em toda sua vida.



PERGUNTAS FREQÜENTES DOS PAIS



1- Meu bebê nasceu ontem. Ele está mamando mas eu não vejo sair nada- será que vou ter leite?



A maioria das mães têm esta dúvida. O colostro é o leite dos primeiros dias. Ele é riquíssimo em defesas mas pequeno em volume, ele é concentrado. Este é o motivo pelo qual a mãe não vê o leite sair. A sucção do peito é o estímulo necessário e suficiente para que a produção do leite comece, por volta do terceiro dia de vida.

Toda mãe tem leite, basta estar tranqüila, segura e motivada para amamentar. Emoções negativas, preocupações e cansaço podem atrapalhar a produção do leite e devem ser evitados, se possível.

2- Posso usar a mamadeira só para ajudar um pouco? Só para o bebê dormir à noite?



Não!!!!
A mamadeira é um dos principais inimigos do aleitamento. Não tenha em casa mamadeira ou leite em pó. A criança que aprende a tomar mamadeira acaba largando o peito, já que a forma de sugar os dois bicos é completamente diferente (no peito o trabalho do bebê é maior).

A mamada do meio da noite costuma ser abandonada espontaneamente pela criança por volta de quatro meses de idade.


3- Meu bebê chora muito. Só pode ser fome!



Este é um grave erro e que leva muitos bebês para a mamadeira. A fome é de fato uma das causas de choro, mas existem muitas outras. Só o pediatra, examinando e pesando o bebê poderá dizer se ele tem fome. Além disso, por ser totalmente apropriado, o leite materno tem uma digestão muito rápida. E o bebê tende a ser mais "exigente" nos horários.



4- O pediatra disse que meu bebê engordou pouco. Vou dar mamadeira!



Outro erro que tira indevidamente muitas crianças do peito. Antes de qualquer outra medida é preciso verificar cuidadosamente se a técnica da mamada está correta e também se não há algum problema com a saúde do bebê.

A infecção urinária, por exemplo, é relativamente comum nos recém-nascidos e muitas vezes o único sintoma é a dificuldade para ganhar peso.

Nestes casos geralmente o pediatra faz pesagens freqüentes, a cada dois ou três dias, para confirmar o ganho de peso insuficiente.



5- Até que idade a criança deve ser amamentada?



É muito importante que a criança mame pelo menos até um ano de idade para poder usufruir de todo o efeito benéfico do aleitamento. No segundo ano de vida o leite materno também tem um papel importante, pois protege contra as viroses comuns dessa idade e mantém o vínculo psicológico entre mãe e filho.

No caso de uma nova gestação, também não há impedimento a que a amamentação continue.



6- Eu quero amamentar, mas meu bebê não quer o peito.



O bebê que logo nas primeiras horas ou dias entra em contato com bicos de mamadeira, chupeta ou chuca (às vezes no berçário!) pode ter dificuldade para aprender a mamar o peito. É preciso ter calma, paciência e persistência.

Deve-se manter um ambiente tranqüilo e se necessário usar o truque de deixar o bebê pelado em contato direto com a pele da mãe. Em pouco tempo ele aprenderá e estará mamando o peito.



7- Existe leite fraco?



Nunca é demais repetir: não existe leite fraco e o leite de todas as mães é bom para seus bebês! Entretanto, um fato interessante é que o leite do início da mamada não é igual ao leite do meio e final da mamada. O leite inicial é mais aguado, talvez para matar a sede do bebê. E o leite que vem depois é mais rico em gorduras, é um leite mais gordo! Por este motivo é importante um bebê mamar um peito até esvaziá-lo e só depois passar para o outro, se for o caso.



8- Existem alimentos proibidos para a mãe que está amamentando? Eles podem fazer mal ao bebê?



Este é um assunto controvertido, mas hoje muitos pediatras já aceitam que alguns alimentos podem não ser benéficos para algumas mães, vindo a causar cólicas no bebê. Principalmente alguns temperos e alimentos fortes ou gordurosos.

Entretanto é bom frisar que isto não é uma regra, depende de cada mãe, de cada criança. A princípio nenhum alimento está proibido, até prova em contrário. Mas é importante que, desde que engravidou, a mãe tenha uma dieta bem balanceada, evitando o consumo abusivo de um só tipo de alimento.

Em relação ao leite de vaca, a mãe não deve ingerir mais de 500 ml (dois copos) por dia. Já está provado que o leite de vaca ingerido pela mãe acima dessa quantidade pode provocar cólicas e aumentar a incidência de alergias respiratórias no bebe, principalmente em famílias onde já existe esta predisposição.



9- Pode-se guardar leite materno para usar depois?



A mãe que vai trabalhar após o período de licença-gestante deve preparar-se com antecedência para retirar e guardar seu leite.



Quando iniciar



Esta coleta deve começar ainda no período neonatal. Assim, quando voltar a trabalhar a mãe ja tera uma boa quantidade guardada!



Quando tirar



Após as mamadas ou então no intervalo entre elas.



Aonde tirar



A retirada pode ser feita em casa ou no trabalho. Mentalizar a criança mamando, antes de começar a retirada, facilita a saída do leite.



Que recipiente usar



Para a coleta, usar um recipiente limpo, bem lavado, de boca ampla. Um copo ou caneca, por exemplo. Para o armazenamento o recipiente deve possuir tampa que fique bem fechada. Por exemplo, recipientes de vidro ou de plástico (tipo "Tupperware-MR").



Como tirar



Pode ser usada a técnica com 2 mãos ou com uma só mão. Antes de iniciar a retirada a mãe deve estimular as mamas passando as mãos sobre elas, "alisando-as". Duas técnicas podem ser utilizadas.

Com 2 mãos: A técnica consiste em envolver o seio com as duas mãos e em um movimento de ordenha, começando pela base, junto ao tórax, trazer as mãos até o bico.

Com uma só mão: a mãe deve colocar o polegar e o indicador em cima da região de transição entre a aréola (região mais escura) e o restante da mama. Apertando e soltando de forma ritmada obtem-se a saída de leite. O segredo para o sucesso desta técnica é achar o local exato que deve ser apertado. Se os dedos forem colocados em cima da aréola ou do mamilo, a manobra causará dor e não haverá saída de leite. E se os dedos forem colocados muito acima da região de transição, também não haverá saída de leite.



Onde conservar / prazos de validade

O leite materno dura aproximadamente:

8 a 10 horas à temperatura ambiente

24 a 48 horas na geladeira

2 semanas até 2 meses no congelador

6 meses no freezer

Não esqueça de identificar o recipiente que você está armazenando, anotando em uma etiqueta data e horario da retirada.



Como usar



O leite deve ser descongelado em "banho-maria", não devendo ser utilizado o forno de micro-ondas. Para administra-lo usar um copinho de bordas grossas (ou uma xícara, por exemplo), seringa ou colher. Lembre-se: nunca use mamadeira ou chuca!

O método todo pode parecer um tanto trabalhoso, mas o resultado vale a pena! Afinal, com a amamentação, você e seu bebê as tem a ganhar.



10- O bebê regurgitou um pouco e havia sangue- é grave?



A causa mais comum deste fato, num bebê aparentemente saudável, é a ingestão de sangue materno, devido a rachadura nos seios. O sangue pode ser um pouco irritante para o estômago da criança, que eventualmente pode vomitá-lo. Mas não causa a ela nenhum prejuízo e não se deve interromper a amamentação por este motivo.



11- Meu peito está inflamado, meu médico disse que estou com mastite. Devo parar de amamentar com esse peito?



Não é necessário suspender a amamentação, mesmo que saia pus. O bebê pode continuar mamando normalmente e até vai ajudar no tratamento esvaziando a mama. Os remédios habitualmente usados para o tratamento da mastite não contra-indicam a amamentação.



12- Existem outras posições para amamentar?



Além das posições sentada e deitada que já comentamos, existem outras variações. Uma delas é boa nos casos em que a mãe tem o seio muito grande, dolorido ou rachado, ou para crianças com características especiais, como as que tem lábio leporino ou são hipotônicas (molinhas), como as que têm síndrome de down. Neste caso o bebê fica sentado a cavaleiro sobre a coxa da mãe, no lado em que vai mamar, de frente para ela (que também está sentada). Com uma mão a mãe apresenta a mama, e com a mão livre ela apoia o pescoço do bebê, fazendo uma letra "C" com o polegar e o indicador.

O importante é a mãe achar uma posição cômoda para ela e para o bebê, e que garanta o sucesso da amamentação.



13- Existem situações em que o aleitamento materno é contra-indicado?



As contra-indicações ao aleitamento materno existem, mas são raríssimas. Referem-se ao uso de alguns medicamentos muito fortes e situações especiais, como algumas doenças infecciosas mais graves. Na dúvida, consulte seu pediatra.



14- O bebê quer mamar toda hora! Devo dar chupeta?



No início o bebê não tem muito horário e pode querer mamar a toda hora, e deve ser atendido. Se entretanto for o caso do bebê que está engordando bem ou até demais e que vomita após mamar, pode não ser fome. Neste caso proceda como foi descrito na resposta da pergunta 23 do capítulo "C - A primeira consulta / C7- Perguntas freqüentes dos pais".



15- Mãe que parou de amamentar e o leite secou pode voltar a ter leite? E mãe adotiva pode amamentar?



De fato, existem hoje em dia técnicas que permitem a relactação. Possibilita a volta do leite em mães que já haviam parado de amamentar, ou seu aparecimento em uma mãe adotiva. Estas técnicas requerem uma motivação muito grande da mãe e dos profissionais de saúde para dar certo. Se for seu caso, consulte seu pediatra sobre esta possibilidade.



16- Vou voltar a trabalhar - o que fazer?



Como vimos, a lei protege a mãe que amamenta e vai trabalhar. Dependendo do horário de trabalho da mãe, do intervalo entre as mamadas e da idade do bebê, o pediatra fará um esquema individualizado de alimentação . Ao contrário do que geralmente pensam as mães, não é necessária uma antecedência muito grande para que o bebê se acostume. O prazo de uma semana é suficiente. O princípio é o de evitar o uso de outro leite. O pediatra orientará o uso de papa e suco de frutas ou de mingaus de fubá ou maizena. O mingau pode ser feito com o próprio leite materno, para melhorar a consistência e a aceitação. E uma boa opção é a retirada de leite materno para guardar na geladeira ou freezer. O leite pode ser extraído em casa ou mesmo no trabalho. O esforço vale a pena!



17- Meu filho tem um mês de vida. Antes ele mamava meia hora de cada lado e agora está mamando menos tempo, só uns dez minutos cada seio. Será que ele está largando o peito?



Este é um fato muito comum. O que ocorre é que com o passar do tempo o bebê aprende a mamar melhor e com mais eficiência e portanto mais rápido. Em menos tempo ele mama mais! Como o funcionário novo, que até aprender o serviço demora para executar sua tarefa. Mas depois que aprende passa a produzir mais em menos tempo.

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